Cerca de 60 alemães morreram lutando pelo "Estado Islâmico"

Em entrevista, diretor de serviço de espionagem alemão afirmou que pelo menos 550 alemães se juntaram ao grupo radical islâmico em regiões de conflito e reconheceu haver risco de que atentados aconteçam na Alemanha.
Pelo menos 60 alemães morreram lutando pelo grupo jihadista "Estado Islâmico" (EI) em regiões de conflito, sendo que no mínimo nove deles foram autores de atentados suicidas, informou neste domingo (23/11) Hans-Georg Maassen, diretor do Departamento Federal de Proteção da Constituição (BfV, sigla em alemão), órgão alemão de inteligência de atuação interna.

Em entrevista ao jornal Welt am Sonntag, Maassen afirmou que pelo menos 550 radicais islâmicos alemães viajaram para o Iraque e a Síria para ajudar o EI em sua ofensiva nessas regiões. O diretor alertou que há chances de atentados ocorrerem também na Alemanha.
"Há certo risco", admitiu na entrevista. Maassen confirmou que autoridades acreditam que cerca de 180 jihadistas retornaram à Alemanha, criando um potencial perigoso de atentados no país. "A situação é preocupante, mas não precisamos ter medo. Nós precisamos nos preparar para o risco de que atentados também aconteçam por aqui", disse Maassen.
Mais controle na internet
Autoridades estão tomando medidas para monitorar as atividades dos jihadistas que voltaram ao país, mas o diretor admitiu que o serviço de inteligência não tem capacidade para observar a todos o tempo inteiro.
Para combater o recrutamento e a difusão de propaganda islamita. Para isso, o serviço de inteligência alemão está trabalhando em parceria com provedores de internet nacionais e internacionais. "O objetivo é restringir o mais possível essa comunicação", afirmou Maassen.
Recentemente o governo alemão lançou uma legislação para tentar impedir, sob a ameaça de punição, que cidadãos alemães e residentes no país se juntem ao EI em regiões de conflito. Nas últimas semanas, vários suspeitos de apoiar o grupo terrorista foram presos na Alemanha.
Entre os presos, estão islamitas que tinham acabado de retornar da Síria ou do Iraque e também suspeitos de recrutar jihadistas pelo país e de organizar suas viagens.
CN/dpa/afp

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