Líder do governo defende foro privilegiado: 'É todo mundo na suruba'

PORNOPOLÍTICA
Senador Romero Jucá indica que haverá retaliação caso Supremo Tribunal Federal avance em proposta que restringe prerrogativa de foro
por Redação RBA publicado 21/02/2017 
JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO
Jucá
Da suruba à história, Romero Jucá disse estar sofrendo perseguição e se comparou aos judeus
São Paulo – Em enfrentamento com o Supremo Tribunal Federal (STF), que considera a possibilidade de restringir a prerrogativa de foro privilegiado para políticos somente para crimes cometidos no exercício do mandato, o líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), prometeu retaliar: "Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba, não uma suruba selecionada". 

Como retaliação, líderes do governo ameaçam votar projeto que retira o foro privilegiado de magistrados e integrantes do Ministério Público. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada hoje (21), o senador, que em diálogo com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado defendeu "estancar a sangria da Lava Jato" com o impeachment que colocou Michel Temer na Presidência, ponderou: "Uma regra para todo mundo (a restrição do foro privilegiado) para mim não tem problema."
Em discurso na tribuna do Senado ontem (20), o senador também defendeu Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que blinda os presidentes da Câmara e do Senado, de investigações sobre fatos anteriores ao exercício do cargo, assim como já ocorre com o presidente da República. Horas depois, ele retirou a proposta com a justificativa de "não expor" os colegas senadores.
Alvo de oito inquéritos no STF, o líder do governo atacou a imprensa e afirmou sofrer perseguição: "Está parecendo que estamos vivendo o período da inquisição. Estamos vivendo o período da Revolução Francesa", comparou o senador, para quem acusados por corrupção são levados "sumariamente" à fogueira ou à guilhotina.
Jucá chegou a comparar a sua situação a dos judeus na Alemanha nazista. "Chega-se para um político e diz: 'Ele é judeu'. Aí a Gestapo (polícia secreta) toma conta dele."

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