Alckmin antecipa como será arrocho trabalhista pós-golpe de 31 de agosto de 2016: tiro, porrada e bomba

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Da Redação VIOMUNDO, com fotos da Mídia Ninja e Jornalistas Livres
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, através de sua Polícia Militar, antecipou como será o arrocho econômico pós-golpe de 31 de agosto de 2016, formalizado hoje no Senado Federal.
A PM paulista usou tiros, porrada e bombas, muitas bombas, contra aqueles que pretendiam escrachar a sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a sede do diário conservador Folha de S. Paulo.
A FIESP financiou o golpe de 2016. Uniu-se a eles combatendo qualquer aumento de impostos através de um pato de plástico plagiado. Abrigou um acampamento de militantes pró-impeachment.

Em 1964, a FIESP organizou o golpe cívico-militar. É acusada de ter feito um pagamento decisivo, em dólares, a um general que trocou de lado e impediu João Goulart de montar um esquema militar com chances de impedir a quartelada.
Folha de S. Paulo, através de editoriais, pregou a derrubada de Dilma Rousseff. Em 1964, fez oposição a Goulart. O proprietário, Octávio Frias de Oliveira, tramou o golpe com empresários. Quando o Brasil estava sob o ditador mais sanguinário, o de Garrastazu Médici, Frias chamou a ditadura de “respeitável”.
Apesar do clima de “expectativa” falsamente gerado pela mídia, o golpe de 2016 foi determinado no dia em que o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, abriu o processo de impeachment.
Foi o que levou o PMDB a desembarcar do governo Dilma, retirando a base parlamentar que permitia a ela governar. Tudo o que aconteceu posteriormente foi apenas consequência disso.
A TV Globo foi a central do golpe. Como descrito no livro A Radiografia do Golpe, de Jessé Souza, criou através de seus programas jornalísticos o anti-Lula — na figura do juiz Sergio Moro. Como descrito no livro Golpe 16, a ser lançado em breve, a emissora promoveu as manifestações de rua fundamentais para criar o “consenso político” em torno da derrubada de Dilma.
A votação de hoje abre espaço para que um governo não eleito aplique medidas econômicas não aprovadas pelo voto popular.
Uma delas será o arrocho salarial.
Na prática, isso já começou.
No dia 6 de setembro os bancários devem entrar em greve nacional. Eles destacam:
Enquanto propõem perda real de 2,8% para a categoria bancária, os bancos praticam elevada política de remuneração para seus altos executivos. Em 2014 e 2015 os bancários tiveram ganho real acumulado de 2,1%, e a proposta atual faz a remuneração da categoria regredir mais de dois anos. A remuneração total anual média de um diretor executivo do Itaú, por exemplo, em 2016 será de R$ 12,5 milhões, no Santander R$ 7 milhões e no Bradesco R$ 5,3 milhões, de acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Um executivo do Itaú recebe anualmente 255 vezes o valor da remuneração anual de um escriturário, considerando salário, ticket refeição, alimentação e PLR. No Santander a diferença é de 145 vezes e no Bradesco 110 vezes. A proposta dos bancos foi de 6,5% de reajuste com R$3.000 de abono para os trabalhadores. O que representa perda real de 2,8% (de acordo com a inflação de 9,57%).
De acordo com o blogueiro Altamiro Borges, Michel Temer agora prepara um golpe trabalhista — e só terá sucesso com a repressão colocada à disposição dele por governadores como Geraldo Alckmin:
Judas Temer prepara o golpe trabalhista
Na quinta-feira (25), após participar do seminário comemorativo dos 75 anos da Justiça do Trabalho, no Rio de Janeiro, o “ministro” Ronaldo Nogueira informou à imprensa que o governo golpista vai enviar ao Congresso Nacional, “na primeira quinzena de dezembro”, a sua proposta de reforma das leis trabalhistas.
Na maior caradura, ele jurou: “Quero reiterar aqui, até para que não tenha nenhuma especulação por parte de alguns setores que são mal intencionados: direito você não revoga, direito você aprimora. Trabalhador não corre nenhum risco de perder direito”.
Será que algum “midiota” acredita nesta bravata do “ministro interino do Trabalho” e deputado federal do PTB gaúcho.
No documento “Ponte para o futuro”, também batizado de “pinguela para o inferno”, o Judas Michel Temer defendeu a “prevalência do negociado sobre o legislado” – o que significa a extinção total da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) -, a ampliação da terceirização para as atividades fins e a reforma previdenciária que eleve o tempo de aposentadoria.
As forças empresariais que financiaram o “golpe dos corruptos” também pregam a chamada “flexibilização trabalhista” — com o aumento da jornada de trabalho, o fatiamento das férias e o fim do 13 salário e de outros direitos. O presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) já chegou a falar em jornada de 80 horas semanais.
Já a mídia patronal está em plena campanha por uma reforma trabalhista “radical”.
A Rede Globo já produziu matérias marotas para criticar o “atraso” da legislação brasileira, que “emperra a produção” e “trava o crescimento econômico”. O oligárquico jornal Estadão, que sempre detestou a CLT, está excitado com a possibilidade de concretizar o seu velho sonho.
Em editorial publicado no início de agosto, a Folha decretou que a legislação trabalhista do país é “obsoleta e excludente”. Apesar de coro patronal, o “sinistro” Ronaldo Nogueira jura que “o trabalhador não corre nenhum risco”.
No evento, ele garantiu que o eixo da reforma trabalhista do covil golpista será “trazer segurança jurídica” às empresas. E afirmou em tom demagógico: “O trabalhador não será traído pelo ministro do Trabalho”.
Ele também adiantou “estamos trabalhado um novo marco regulatório da atividade sindical”, sem dar detalhes das propostas em estudo.
O boato que corre, porém, é de que o governo golpista pretende aumentar o controle sobre os sindicatos e redefinir os critérios para o seu financiamento.
A experiência mundial e brasileira demonstra que o neoliberalismo não combina com democracia — o que deve servir de alerta para os sindicalistas, inclusive para os traíram a sua classe!

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