Com vídeo que prova uso político da Lava Jato, cresce pressão sobre Alexandre de Moraes


Jornal GGN - 26/09/2016
Com o vazamento do vídeo que comprova que Alexandre de Moraes vazou informação sigilosa da Polícia Federal e usou a Operação Lava Jato em um evento do PSDB, cresce a pressão para que o ministro da Justiça caia. 
Segundo informações da Folha, Moraes, que já vinha desagradando o presidente Michel Temer, foi convocado na tarde desta segunda (26) para prestar esclarecimentos sobre o episódio flagrado pela reportagem do Estadão.

De acordo com o jornal, o ministro disse a membros do Movimento Brasil Livre - que convocou os atos contra Dilma Rousseff em São Paulo - que semana passado a Lava Jato prendeu Guido Mantega e, nesta semana, mais prisões estariam a caminho. "(...) podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim", afirmou o ministro. Nesta segunda, Antonio Palocci foi preso.
"Segundo assessores [de Temer], as declarações no mínimo infelizes do ministro da Justiça têm duas leituras. A primeira, grave, que ele teria usado uma informação privilegiada obtida junto à Polícia Federal, que é subordinada a ele, durante evento público. Para complicar ainda mais o ministro, o pedido de prisão de Palocci foi feito pela PF. A segunda, considerada também péssima, é que ele poderia não saber da operação desta segunda, mas usou a Lava Jato politicamente, num momento de campanha eleitoral, numa cidade em que há um candidato tucano, Duarte Nogueira, disputando a prefeitura local."
Os fatos desencadearam a reação da oposição a Temer. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) pediu a convocação do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para que compareça à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado para explicar o "uso político da Polícia Federal".
Na Câmara, os deputados do PT Paulo Teixeira e Paulo Pimenta também protocolaram um ofício onde questionam a independência entre o governo Temer e a Pf, e apontam seletividade e uso político da operação Lava Jato.
Dilma: Caminhamos para Estado de Exceção
Na tarde desta segunda, a ex-presidente Dilma usou sua página oficial no Facebook para comentar o caso. Ela disse que o país vive uma "situação grave" e que o anúncio de nova fase da Lava Jato pelo ministro da Justiça "lança suspeitas de abuso de autoridade e uso político da Polícia Federal."
"Se tal situação tivesse ocorrido em meu governo, seríamos duramente criticados pela imprensa e pela oposição. Estamos caminhando para o Estado de Exceção."

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