Nassif: Vazamento impede delegado de processar quem diz que PF vaza

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Ontem estive em Curitiba para participar de audiência, na ação que me está sendo movido pelo delegado Igor Romário de Paula, porta-voz da Polícia Federal na Lava Jato. Igor é o delegado que fala pela PF e costuma aparecer em entrevistas vergando trajes paramilitares, próprios para ações na selva.
A razão do processo é um artigo no qual critico os vazamentos da Lava Jato. Entre outros pontos, Igor reputa difamatória a afirmação de que nem delegados nem procuradores têm preparo institucional para avaliar os impactos da Lava Jato na economia. Retifico: eles têm preparo. As instituições é que são despreparadas para trabalhar com eles.

A denúncia recebeu uma contestação brilhante do meu advogado Percival Maricatto. Na audiência em Curitiba, fui acompanhado pelo advogado Rogério Bueno da Silva.
Viajo até lá e o delegado Igor não compareceu, embora a audiência tenha sido marcada há muito tempo.
Motivo: está assoberbado com a última fase da Lava Jato, que foi marcada justamente por um vazamento feito pelo comandante supremo da PF, o Ministro da Justiça Alexandre de Moraes.
Pena! Esperava, na audiência, ter mais informações de Igor sobre as precauções da PF de Curitiba para impedir vazamentos. E como, mesmo assim, as notícias ganham pernas por si próprias e pulam o muro para se oferecer despudoramente a jornalistas ávidos e a Ministros exibicionistas. E também esclarecer notícias de que a PF de Igor teria sido colocado de lado em ações recentes do Ministério Público Federal, para prevenir vazamentos.

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