Villas: Povo precisa ganhar densidade ou forças centrífugas desagregam


Luiz Vasconcelos/Arquivo AC
  
“Se nós não ganharmos densidade, estaremos sujeitos à potencial fragmentação, senão territorial, da nossa sociedade. Forças centrífugas acabam ganhando muita força, acabam ganhando uma capacidade muito grande de nos desagregar e até mesmo um efeito fortuito”, afirmou o general.

E acrescenta: “Vejam agora esse injustificável assassinato dessa moça. Vejam, verifiquem, o potencial de desagregação, de potencializar os ideiais de minorias. Como diz o ministro Aldo Rebelo, o caminho da separatividade da nossa sociedade. Então, nós temos de ganhar densidade novamente”.

Aos jornalistas, classificou o crime como “terrível” e enfatizou a expectativa de que ele “seja elucidado o mais rápido possível”. Além disso, destacou que o caso gerou uma "rede internacional de solidariedade".

"Vem toda a parte de igualdade racial, direito das mulheres, enfim, são coisas que são demandadas pela nossa sociedade”, disse.



Sobre a intervenção, o general se disse "otimista e preocupado". "Confesso que muito preocupado pela incerteza de que nós vamos, realmente, atingir todos os resultados", afirmou o general. "Esse estado de coisas a que nós chegamos é resultado de décadas e décadas de omissões e de necessidades básicas da população não atendidas que acabam se represando e transbordando sob formas de violência", declarou.

Villas Bôas pediu “a compreensão” da sociedade porque “os companheiros que lá estão às voltas com esse tema [da intervenção], quanto mais se debruçam mais verificam a sua complexidade”.

Nesta segunda (20), durante a reunião com a comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha a intervenção, o general Braga Netto, nomeado interventor na segurança pública do Rio de Janeiro, disse que havia um déficit nas contas da segurança pública fluminense de R$ 3 bilhões e que as verbas destinadas pelo governo era insuficientes.

No decreto da intervenção de Temer, ele determina que as Forças Armadas assumam a responsabilidade do comando das polícias Civil e Militar no estado.

Villas Bôas disse ainda que, diante do quadro complexo que vive a segurança pública do Rio, os militares envolvidos na intervenção “têm procurado manter uma postura de não gerar expectativas, não tomar atitude espetaculosa e de não inaugurar promessa”.

“Os resultados virão com o tempo, e as soluções serão realmente de muito longo prazo”, afirmou o general. No decreto, a intervenção termina em 31 de dezembro de 2018.

O general disse que o sistema penitenciário é alvo da maior preocupação dos interventores.

“Algo que nos preocupa e que é chave: a nossa lei de execução penal tem que se adequar à maneira efetiva como nós temos que atuar para conseguirmos atingir essas estruturas do crime organizado. Isso não vai ser solucionado nos dez meses restantes”, disse. 


Do Portal Vermelho, Dayane Santos com informações de agências - 20/03/2018

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