Na Justiça do Pará, dano patrimonial pesa mais que morte de sem terra
por Rodrigo Martins — na Carta Capital - publicado 20/08/2017 Há dez meses, 22 camponeses estão presos por depredar uma fazenda. Os policiais envolvidos na chacina de Pau D'Arco estão soltos Mario Campagnani/Justiça Global A testemunhas do massacre de Pau D'Arco temem retaliações Palco de um dos maiores massacres campesinos da história do Brasil, Eldorado do Carajás , no Sul do Pará, terá outro emblemático julgamento, desta vez com os sem-terra no banco dos réus. Em 29 de outubro do ano passado, 22 trabalhadores rurais foram presos durante a ocupação da Fazenda Serra Norte, reivindicada para a reforma agrária. Acusados de dano ao patrimônio, incêndio criminoso, esbulho possessório, formação de quadrilha e porte ilegal de arma, eles aguardam o julgamento recolhidos em um presídio de Marabá. Passados quase dez meses, os camponeses tiveram negados seis pedidos de revogação da prisão preventiva.